O pudor e a modéstia no olhar
- Lygia Ribeiro
- 15 de jan. de 2016
- 3 min de leitura

Semana passada mostramos a definição de modéstia e sua importância para a nossa vida com Cristo. Mas, se engana quem pensa que modéstia é tema importante somente quando tratamos do modo de se vestir. Essa virtude abarca uma gama de outras virtudes que são necessárias a todos nós, como o pudor, a castidade, a temperança e a humildade. Por isso, ela não pode ser descartada por aqueles (as) que querem seguir os passos do Mestre e de Sua Mãe, esta que, por sua modéstia e pureza no olhar, no falar, no sentir e no vestir, foi exaltada como rainha de todos os anjos e homens e nos serve de perfeito exemplo.
Antes de tudo, é importante lembrarmos que modéstia é sinônimo de pudor, e pudor é a
recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido. Na nossa vida com Cristo, o pudor é uma das virtudes mais belas e que, nos dias de hoje, deve ser conquistada com mais força e
coragem. É o pudor que guarda o mistério e o amor de cada homem e revela, ao mesmo
tempo, a sua dignidade e condição de filho(a) de Deus. É o pudor que inspira o modo de se
vestir, o modo de se portar e o olhar interior e exterior.

Nesse post, gostaria de chamar a sua atenção exatamente para este último ponto: O olhar.
Não falo aqui do "olhar-visão", no sentido restrito e literal que quer dizer apenas enxergar,
avistar algo ou alguém. Falo do "olhar-guardar", ou seja, aquele olhar que vela, interpreta e julga o que vemos e ouvimos e deposita tudo em nosso coração. A busca pela pureza e pela modéstia, ao contrário do que muitos pensam, não pode começar e nem deve ter por fim único e último apenas o vestir, porque, assim, corremos o risco de viver uma falsa modéstia, tornando-nos hipócritas conosco mesmos e com Deus. Se passamos a nos vestir com pudor, mas alimentamos olhares, interpretações e imaginações impuras, estamos longe de possuir essa virtude.
A luta pela pureza começa quando cuidamos da intenção de nossos olhares e passamos a ter em vista o nosso fim verdadeiro e nosso valor para com Aquele que nos criou. Essa luta
consiste em cuidar daquilo que vemos e imaginamos e criar uma disciplina dos sentimentos, ou seja, recusar pensamentos impuros e inclinações aos vícios carnais*. Dizemos luta porque sabemos que esse objetivo não é fácil de ser alcançado, mas que deve ser almejado por nós que queremos ser o reflexo de Jesus e conquistado através, principalmente, da oração e da observância dos mandamentos.

O primeiro objetivo do pecado é retirar de nós nossa condição de filhos de um Criador, Rei e Pai amoroso, batizados em seu Amor e feitos para o alcançar. Quando pecamos contra o
pudor, retiramos o véu que guarda essa verdade, a nossa dignidade e integridade física e
espiritual, e também a do outro. Assim, ao invés de nos tornamos mais livres, nos tornamos
cegos. Em suma, buscar a modéstia é buscar ser puro interiormente e, só assim, mudarmos
com sinceridade de postura exterior, com as nossas vestes e com nosso comportamento.
Busquemos, portanto, queridos leitores(as), a integridade da modéstia, aquela que surge de
dentro e transparece naturalmente em nosso modo de ver, ouvir, falar e vestir. Olhemos para Maria e contemplemos a sua beleza pura, casta, simples e ao mesmo tempo deslumbrante, e busquemos ser singelos (as) e modestos (as) como ela sempre foi exteriormente, em relação ao mundo, no cumprimento dos deveres, na piedade, nos sacrifícios e na glória*. Peçamos também a São José, guardião da pureza e da castidade da Virgem Santíssima, a virtude da modéstia e da pureza em nossos corações e para o nosso corpo.

Oração
Ó glorioso São José, Pai e Guarda da Virgindade, a cuja fidelíssima tutela foram confiados Cristo Jesus, a própria inocência, e Maria Santíssima, a Virgem das virgens, por estes dois penhores muito amados, vos peço que me preserveis de toda a mancha de impureza, a fim de poder, com alma imaculada, coração limpo e corpo casto, servir a Jesus e a Maria até a morte. Amém.
*Leia Catecismo da Igreja Católica, número 2520.
*Leia Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento: Um mês com Maria, por São Pedro Julião Eymard, Editora Formatto, 2008, p.50-53 (trecho disponível no blog
http://modaemodestia.com.br/igreja/santos/maria-modelo-de-modestia)
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